outro lá

os automóveis
observam
imóveis
o movimento
da cidade.

as pessoas
caminham
cegas
negam
privacidade.

o dinheiro
circula
desvalorizado
no bolso
do cidadão.

e então
todos caminham
um atrás do outro
outro aqui
outro lá
outro atrás de todos
e todos atrás do ritmo
que marca os passos
feito formigas
na labuta
na luta
na seqüência
na linha firme
porém imaginária
de uma rota
as vezes torta
onde um vai
atrás do outro
como gotas de chuva
num dia sem vento
outrora lento
outras apressado
e o passo de antes
pisado para o outro.

tem horas que a vida é um porre.

o pior é aguentar a ressaca.

lisboa
01.2011

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