asa quebrada

Na minha casa
Um anjo caiu,
Caiu torto de vento,
Do lugar donde partiu.

Vestia manto azul,
Azul celestial,
Sua pele cheirava morena
Que perfumou todo o quintal.

Anjo da asa quebrada
A flecha que caiu
Em meu quintal
E após o tombo sorriu.

“trago-lhe aqui
amigo e companheiro
a imagem de tua amada
a flor de teu canteiro.

Primeiramente
Só uma folha ela tem,
Depois de tempos,
Adivinha o que vem?”

Sorrindo perfumado
O jovem anjo decolou torto,
Partiu em conflito com o ar.
Partiu que saiu de perto.

Peguei a foto
Com a mão direita
Com a esquerda
Enxuguei uma lágrima discreta.

lisboa
1998

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