eu não durmo, eu sonho

eu não durmo.
eu sonho.

vejo prédios
caminhando
esmagando carros
brigando por um lugar ao sol.

eu não durmo.
eu sonho.

vejo inúmeros carros
velozes
se batendo
correndo por mais espaço.

eu não durmo.
eu sonho.

e aquela moça
bailando
gastando a esquina
chorando lágrimas de seringa.

eu não durmo.
eu sonho.

vejo os carros parados
não há espaço.

os prédios criam raizes
apagam nossas histórias.

eu não durmo.
eu sonho.

vejo as veias da cidade
se entupindo
feito o coração do trabalhador
que se esconde na sombra.

eu não durmo.
eu sonho.

09.03.2007
lisboa

Comentários

JanaJes disse…
....Amei esse poema...muito realista...
Assim ´´que é bom, chega de coisinha de amor e tal srsrrsrsrs..beijos!

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